sábado, 1 de dezembro de 2012
Fandango
É uma dança de despique e de desafio que o homem leva a cena, ostentando toda a sua virilidade e capacidades individuais. Houve quem o definisse como dança inebriante, viril, alucinante.
Cabeça erguida, corpo firme e pernas leves, estes são os requisitos necessários para ser um bom fandangueiro. De polegares nas covas dos braços , fogoso e impaciente como um puro lusitano.
O fandango chegou até Portugal no século XVIII, vindo dos palcos do teatro espanhol. Em Portugal, o seu ritmo contagiante invadiu o país, primeiro no círculo da aristocracia como dança de salão, depois nas tabernas, em ambiente de homens. E a sua influência foi tal que até aos conventos o fandango chegou, nessa altura dançado também por mulheres que rodopiavam ao som da música e do estalido dos dedos.
A voluptuosidade e o ginete com que era dançado eram tais que o fandango acabou por ser caracterizado como uma dança obscena, que servia muitas vezes de instrumento de sedução. Assim, na segunda metade do século XVIII vivia-se uma onda de “obsessão” pelo fandango que se estendeu a todo o pais e que adquiriu um cunho próprio, de acordo com a região em que se radicou.
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