Fado do marinheiro
Perdido lá no mar alto
Um pobre navio andava;
Já sem bolacha e sem rumo
A fome a todos matava.
Deitaram a todos as sortes
A ver qual d'eles havia
Ser pelos outros matado
P´ró jantar daquele dia
Caiu a sorte maldita
No melhor moço que havia;
Ai como o triste chorava
Rezando à Virgem Maria.
Mas de repente o gageiro,
Vendo terra pela prôa,
Grita alegre pela gávea:
Terras , terras de Lisboa.
Cancioneiro popular
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